Instruções Práticas para os Médiuns Fascículo 05

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Instruções Práticas para os Médiuns

Fascículo 05

ÍNDICE

Item Assunto Pág.
- Índice 1
- Prefácio do Fascículo V 2
1 Família Cármica e Família Espiritual 3
2 As Almas Gêmeas 5
3 Criatividade e Transformismo 6
4 A Mediunidade como Poder Criativo 7
5 Os Cobradores 8
6 Jesus e os Cobradores 9

1 Família Cármica e Família Espiritual

A maior soma de problemas da atual humanida­de reside nas relações familiares. Muitos são os fatores que determinaram essa situação. Alguns deles residem em conceitos superados, inexeqüíveis à vida atual, ou­tros resultam de motivos econômicos e alguns deri­vam de problemas religiosos. Culpam-se os educa­dores, os pais, os governos, os meios de divulgação, os traficantes de drogas e até mesmo a farmacologia.

Fazem-se análises, formulam-se métodos, mu­dam-se os sistemas e o problema mostra claros sinto­mas de se agravar.

Entretanto a família repousa no mais sólido processo da Natureza, que nenhum artifício conse­guiu ainda superar. Esse fato garante a continuação da sua existência, e nenhum ser Humano foge a essa contingência. Sob o prisma Transcendental, a Família representa o núcleo básico da escolaridade do Planeta e nenhum Espírito pode fugir das suas lições. As dores que isso representa, a começar pelo parto e terminan­do nas ingratidões, nas traições e até mesmo no fratricídio, são as maiores fontes dos reajustes e de oportu­nidades evolutivas dos Espíritos no caminho terreno.

Isso entretanto não significa que tais dores sejam insuperáveis ou que o sofrimento resultante não possa diminuir. Apenas é necessário considerar o fato transcendente e verificar os motivos pelos quais os Espíritos se juntam aqui na Terra.

Fatores transcendentes significam o relaciona­mento de encarnações anteriores entre Espíritos que compõem uma Família atual. É difícil precisar a ori­gem desse entrosamento. O próprio Evangelho é omisso e apenas nos separa a Família Cármica da Espi­ritual com uma frase:

“…E Jesus olhando em torno para os que estavam sentados em roda, disse: eis mi­nha mãe e meus irmãos: pois quem fizer a vontade de Deus, esse é meu irmão, irmã e mãe. (Marcos 3: 34/35).

Naturalmente o Mestre quis dar aos circunstantes um sentido abrangente, que tornava parte de sua Família todos que fizessem a “vontade de Deus” ou seja, Espí­ritos integrados conscientemente no processo evolu­tivo, e não somente os que a Ele estavam ligados pela consangüinidade. Mas, ao mesmo tempo, se deduz dessa atitude de Jesus, que os fatores consangüíneos eram apenas circunstanciais, pois todos “que fizessem a vontade de Deus” eram seus parentes também.

Acrescentemos ao episódio o fato natural, de que os membros de uma Família tendem naturalmen­te a deixá-la, formar outras famílias e miscigenar o seu sangue, numa cadeia quase infinita que acaba por terminar a Humanidade sendo uma série de grandes Famí­lias e por último uma só.

Disso se conclui que existem dois aspectos fun­damentais de agrupamento dos Espíritos em trânsito na Terra: um de origem biológica, consangüínea e outro de origem Espiritual de sintonia, de afinidade.

Assim, nós podemos, com certa segurança, de­terminar os aspectos Cármicos nas relações entre membros da mesma Família, pela ausência de sintonia Espiritual. A sintonia resulta no Amor, no Afeto Incon­dicional e sua ausência produz o ódio ou a indiferen­ça. Quando a ausência de sintonia predomina em todo o conjunto familiar, a gente pode defini-la como uma Família Cármica. Nesse caso esses Espíritos se juntaram apenas no propósito de se evoluírem, uns ás custas dos outros, cobrando ou pagando dívidas de encarnações anteriores. Como essas dívidas pregressas são limitadas, episódios avulsos e às vezes apenas fortuitos, terminado o reajuste acaba também a razão daquela união.

Ao contrário, quando os Espíritos se reúnem por afinidade, sintonizando na mesma onda vibratória, a união é duradoura e continua após o desencarne. Nesse caso o núcleo familiar serve como a base para a ação dos Espíritos que o compõem.

Como cada Espí­rito tem seus compromissos individuais, ele pode perfeitamente ter Carmas com Espíritos de outras famí­lias e se reajustar, sem necessariamente constituir com eles famílias consangüíneas.

Como conclusão prática de todas essas observa­ções e, vendo a vida como ela é no quotidiano, a gen­te verifica que, quando as dissenções e as lutas exis­tem no seio de uma Família, ela é uma Família Cármica; quando ao contrário não existe luta interna, os membros se amam, mesmo que cada um deles tenha sua luta Cármica externa, ela é uma Família Espi­ritual.

Pode acontecer, e acontece com freqüência, que na mesma Família existam Espíritos afins e outros que se juntaram apenas pelo Carma. Esse é o caso mais comum em nossa Humanidade atual e explica as cons­tantes dissoluções e reagrupamentos de parcelas da mesma Família.

Uma coisa porém é sempre certa e verificável: os laços de sangue não garantem a afinidade nem a sintonia.

Outra conclusão que se tira, é que o problema familiar deve ser olhado de maneira mais abrangente, evitando-se sempre o julgamento das ações individuais, tomando-se por base a Família Carnal e dando-se a ela uma suposta sanção divina. É lógico que tudo que acontece na face da Terra tem um sentido de escolaridade que leva sempre à evolução dos Espíritos. Mas o mesmo fazem as doenças, as dores, os desatinos humanos e os erros cometidos durante a trajetória terrena dos espíritos.

Mas, assim como nin­guém jamais pensaria que uma pessoa deva ser sempre doente ou persistir no erro, é absurdo pensar que alguém deva permanecer num contexto familiar, se ele de plena consciência terminou seu reajuste. O problema é de foro íntimo e não de julgamento por um padrão social de referência. Padrões são feitos pelos Seres Humanos, variando no tempo e na geogra­fia e não por Deus.

Em uma de suas Aulas, Tia Neiva nos contou a história de uma Família, publicada em um folheto sob o título de “O homem de dois mundos” que ilus­tra bem esse fato.

2 As Almas Gêmeas

Ninguém neste Planeta sabe como e nem quando os Espíritos foram criados. A idéia mais aproximada que temos desse fato é que os Espíritos são Partículas Divinas, par­tes de Deus Individualizadas, isto é, com característi­cas próprias e Livre Arbítrio relativo à sua trajetória terrena.

Sabemos também que na caminhada planetária, os Espíritos seguem uma Lei Universal que os caracteri­zam como homens ou mulheres.

Também não sabemos quando isso começou, embora existam suposições que, em certa época deste Planeta, na região Africana, não existiram homens e mulheres mas apenas um tipo de Ser Humano que reuniria em si as características de ambos os sexos, os “andróginos”.

Mais tarde, segundo a mitologia grega, os Deuses teriam nos separado e passado a exis­tir os dois sexos complementares um do outro.

A mesma idéia existe na mitologia Hebraica, na qual Deus teria criado o homem e depois dele tirado uma parte com a qual fez a mulher, primeiro Adão, depois Eva. A mesma idéia é encontrada em outras mitologias, o que faz supor de forma relativa­mente aceitável que os Espíritos, para poderem apro­veitar melhor sua permanência na Terra, seriam obrigados a se dividir em dois, duas partes complementares.

Naturalmente isso teria que suceder em obediên­cia à Lei da Terra, em que tudo é duplo e bipolar, po­sitivo e negativo, branco e preto.

Tomada por base a idéia de um Espírito dividir-se em dois, formando o Espírito de uma mulher e de um homem e, se considerando que cada um deles se tornaria um Espírito com seu Livre Arbítrio, às vezes seguindo caminhos diferentes, teríamos a explicação de uma afinidade específica daqueles dois Espíritos, ligados na Origem, cuja sintonia formaria o que hoje chamamos de “Almas Gêmeas”.

Ambos estariam percorrendo, através dos Milê­nios, a descida Involutiva e a subida Evolutiva. Nem sempre porém os dois estariam juntos, e muitas vezes, nas várias encarnações, eles se ligariam com outros Espíritos, formariam Carmas, amariam outros e, nos encontros eventuais, poderiam estar em posições evo­lutivas ou Planos diferentes.

Mas, quaisquer que fossem os tipos de encarna­ções que ambos estivessem, sentiriam sempre imensa saudade um do outro e a sensação de serem incomple­tos. Talvez seja essa a origem da eterna busca do Amor de todos os Seres Humanos e a motivação básica da junção com o Divino. Não temos meios de penetrar na Mente Divina e perscrutar os misteriosos desígnios do Criador, mas, o mecanismo das “Almas Gêmeas” é um poderoso incentivo para o retorno “às ori­gens”, ao seio do que é completo, a garantia de que um dia os Espíritos voltarão ao seio da Divindade.

3 Criatividade e transformismo

O homem na Terra decide a cada momento de sua vida com base em duas opções básicas: “Criativi­dade” ou “Transformismo”.

O conjunto Corpo – Alma é transformista.

O Espírito é criativo.

Transformar significa mudar a forma. Para mudar a forma de alguma coisa é necessário haver a força que manipule energias. O Corpo e a Alma manipu­lam Energias da Terra. A Energia da Terra é ilimitada, mas restrita pela lei da conservação das energias. Sen­do controlada, se ela é tirada, ela produziu um supér­fluo, ou seja, nesse lugar existe energia a mais. Esse fato gera o desequilíbrio e a Lei exige o reequilibro. Tudo que existe no Planeta Terra é vivo e busca uma compensação energética. Os dois extremos dessa situação chamam-se “Vida” e “Morte”.

Vida é a força de obtenção de energias. Morte é a perda da força para obtenção de energias. Vida é algo com determinada forma, mantida por certa quantidade de energia. Morte é ausência de forma, resultante da ausência de energia.

Os seres e as coisas obtêm suas energias da Terra a que estão submissos pela Lei da Terra. A Terra por sua vez obtém suas energias do Sol. Como a base do Sistema Terráqueo é a bi-polaridade, o Satélite Lua atua como o polo negativo. Logo a Terra é alimentada pelas energias do Sol e da Lua. Como essas energias são limitadas pela Lei do Sistema Solar, a vida na Terra é condicionada a esse sistema. Todas essas considerações são resumidas num velho ditado da Ciência:

“Na­da se perde e nada se cria, tudo se transforma”

O homem-animal, apenas psicofísico, é submisso a essa lei e, seria apenas isso se não fosse portador de um Espírito.

O Espírito, e só o Espírito, é criativo porque transcende a Lei da Terra, vem de outro mundo. Na Doutrina do Amanhecer esse outro mundo é o Con­junto Planetário que chamamos Capela. Também o chamamos de “Planeta Mãe”, “Planeta de Origem” “Mundo de onde viemos”, “Mundo Divino” etc. Mas, na verdade ao nosso alcance, ele é apenas o “lugar de onde veio o nosso Espírito”.

Só que esse “lugar” é o “além” a outra Dimen­são, a Dimensão do Espírito. Se ele existiu antes de vir à Terra, continuará a existir depois, é evidente que a energia que o alimenta não é da Terra. Mas, ao encarnar e se submeter às condições da Terra ele perde o contato com sua fonte de energias, até que conscientize o ser que habita e o “espiritualize”.

Rudimentarmente podemos comparar, a situa­ção de um Espírito encarnado, com a de um mergulhador equipado, um “homem rã” ao mergu­lhar. Ele trás sua provisão de oxigênio e a roupa que o aquece. Usa um visor para proteger os olhos e as nadadeiras para se movimentar. Por alguns minutos e até horas, ele tem as condições semelhantes aos ha­bitantes aquáticos. Mas, chega o momento em que ele terá que se lembrar de sua condição de Homem e re­tornar à superfície.

Os peixes se alimentam de energia do mar; o mergulhador se alimenta das energias de superfície. Enquanto ele não mergulha ele tem todo ar à sua dis­posição. Depois do mergulho ele só tem o ar que leva consigo. O percurso de um nadador submarino é maior ou menor, mais eficiente ou menos eficiente, na proporção em que ele saiba aproveitar melhor o seu equipamento.

Os habitantes do mar nada criam, apenas trans­formam. Um mergulhador tem possibilidade de criar algo no mundo submarino. Os animais e as coisas da Terra nada “criam”, apenas transformam. Um Espírito encarnado pode criar, modificar a situação da Terra. Naturalmente, tanto no caso do mergulhador como do Espírito, o poder criativo é relativo ao seu equipa­mento e seus propósitos.

4 A Mediunidade como Poder Criativo

Dissemos acima que o Espírito ao encarnar se submete às leis da Terra, fica sujeito ao jogo de energia do mundo psícofísico, embora tenha seu pró­prio suprimento de energias, do seu mundo de origem.

Essa situação permanece enquanto o centro consciencional, o Eu onde são tomadas as decisões, não toma conhecimento da existência do Espírito.

Isso não tem possibilidade de acontecer na primeira fase da existência, enquanto a vida do Ser Humano é centralizada nos processos vegetativos, do momento em que é gerado até o terceiro mês da ges­tação. Nesse período o Espírito apenas adere ao cor­po, mediante uma energia coesiva chamada “Fagulha Divina”.

O Espírito vem de um longo sono, uma espécie de hibernação espiritual, o chamado “Sono Cultural”. Depois do terceiro mês ele vai despertando, na proporção em que aperfeiçoa seus sentidos terrenos. Depois, a criança nasce, desenvolve seus sistemas sensoriais e acumula informações. Com isso forma o seu corpo e sua Alma manipulando as energias da Terra. Esse processo é mais ou menos uniforme até os 14 anos de idade. A partir desse ponto o Espírito já se firmou naquela personalidade e o Ser Humano começa a receber as energias de além da Terra, as Energias do Espírito.

Assim como, para a adesão do Espírito ao corpo, foi necessária a existência da energia chamada “Fagulha Divina”, também nessa etapa surge um tipo de energia que estabelece o contato entre o conjunto psicofísico e o Espírito, a energia Mediúnica.

Depois dos 14 anos o Eu começa a registrar os fatos de seu Espírito com mais nitidez e, como na pri­meira fase da vida, o processo segue um ritmo de crescimento que culmina nos 21 anos, idade em que o Ser Humano adquire plena consciência. A partir dai ele começa a decidir os rumos da sua existência com todos os fatores presentes na consciência: a voz do corpo, a voz da Alma e a voz do Espírito.

Até então seus laços Cármicos estão definidos e ele já tem sua rota traçada, pouca coisa restando que pode ser mudada. O resto do caminho ele terá que en­frentar com aquela personalidade, ou seja, com aquele corpo e aquela Alma. Naturalmente esse panorama não é cronologicamente exato. Ele varia de indivíduo para indivíduo, sexo, condições sociais, etc.

Se ele usar a sua Força Mediúnica a seu favor poderá imprimir uma direção diferente ao seu destino Cármico. Tudo irá depender de como usar as energias do seu Espírito.

As leis não podem ser desrespeitadas, mas as dores podem ser suavizadas e o sofrimento ser menor. A Mediunidade é a energia que permite tornar a vida mais criativa e até mesmo modificar o Carma.

5 Os Cobradores

“Tendes ouvido o que foi dito aos antigos: Não matarás, e quem matar será réu em juízo. Eu, porém, vos digo que todo homem que se irar contra seu irmão será réu em juízo; e quem chamar a seu irmão “insensato” será réu diante do conselho; e quem o apelidar de “Raca” será réu do fogo do inferno. Se, por conseguinte, estiveres ante o altar para apresentar tua oferen­da, e te lembrares de que teu irmão tem queixa de ti, deixa tua oferenda ao pé do altar e vai re­conciliar-te primeiro com teu irmão; e depois vem oferecer o teu sacrifício.

Não hesites em fazer as pazes com o teu adversá­rio, enquanto estiveres em caminho com ele, para que não te vá entregar ao juiz, e o juiz te entregue ao oficial da justiça, e sejas lançado no cárcere. Em verdade, te digo que daí não sairás enquanto não houveres pago o último vintém” (Mateus, 5, 21-26)

Mãe Yara, a Mentora dos Doutrinadores dos Templos do Amanhecer, nos ensina, que até mesmo uma mistificação pode ser transformada num fato positivo e aproveitável. Nós podemos completar essa lição afirmando, sem medo de errar, que tudo depende de nossa criatividade, de nossa capacidade em tratar as situações de nossa vida iluminados pelo nosso Espírito e sabendo utilizar as energias que ele coloca à nossa disposição.

“Cobrador” é a palavra mais usada e abusada nos meios Mediúnicos. Qualquer situação de atrito que se apresente, em que alguém faça algo que nos desagrade, nós temos a tendência de logo julgar que se trate de um Cobrador Espiritual. Essa generalização é realmente perigosa e pode nos deixar desprevenidos para quando nos encontrarmos com os nossos reais cobradores.

Na verdade “cobrador” é somente aquele Espí­rito a quem nós causamos algum prejuízo deliberadamente e segundo o juízo desse mesmo Espírito. Por esse motivo é que em todas as práticas nos Templos do Amanhecer a gente se refere “àqueles que se di­zem nossos inimigos”, e não “àqueles que são nossos inimigos”.

No emaranhado das relações entre os Espíritos na Terra, na luta pela vida, na agressividade compulsó­ria a que o sistema da Terra nos obriga, é difícil, senão impossível, saber-se quando estamos fazendo um inimigo, a menos que a gente tenha plena consci­ência espiritual de nossos atos. A simples consciência anímica ou física, ou seja a violação do jogo de prin­cípios, costumes e normas vigentes no meio em que vivemos, só irá se constituir em cobrança se o ofendido assim considerar.

Mesmo assim é muito difícil de se conceituar os atos nos quais nós realmente encontramos ou fazemos um cobrador.

Aliás não são os atos que caracterizam a cobrança mas sim o tipo de reação que se passa entre as pessoas quando se encontram. A maioria dos atritos são dissolvidos, pelo próprio sistema humano de ação e reação, sem deixar maiores problemas.

Depois dessa ligeira análise e, com base na expe­riência quotidiana no atendimento do Vale do Ama­nhecer, chega-se à conclusão que “cobrador” mesmo é o Espírito que vem ao nosso encontro “pela Bênção de Deus”, como sempre se expressou Nossa Mãe Clarividente, isto é, aquele que está programado para essa Encarnação, cujo enredo estamos vivendo, porque assim quisemos conscientemente antes de chegarmos à Terra.

Há ainda que distinguir quando o Cobrador é encarnado ou não. Se for desencarnado ele poderá ser um Elítrio, obsessor ou alguma outra das várias condições que nossas antigas vitimas se apresentam para nos cobrar.

6 Jesus e os Cobradores

Esse problema é tão fundamental em nossa vida, que o Mestre dedicou a ele uma boa parte de sua Dou­trina. Em Mateus 5 ele nos aconselha a não zombar de nosso próximo e procurar sempre a reconciliação, antes de oferecer os serviços a Deus.

Mas, quando Ele diz, que não devemos hesitar em fazer a paz com o adversário, enquanto estivermos em caminho com ele, Ele é categórico e, em poucas palavras define toda a situação dos Espíritos Encarna­dos na Terra.

O principal objetivo de nossas reencarnações são os nossos reajustes. Para que o Espírito aceite essas situações desagradáveis, e saiba que na condição de encarnado, ele só compreende o aconte­cimento se as condições forem semelhantes. Por isso o Cobrador é colocado em nosso caminho, para que possamos percorrer com ele a mesma estrada, sentir as mesmas dificuldades, numa espécie de reavivamento da memória do Espírito.

Mas, se ele não perceber a situação, não entender que os motivos da cobrança não se referem a esta etapa, mas resultam de males causados anteriormen­te ao Espírito que o persegue, ele pode perder a opor­tunidade encarnatória e com isso não se libertar do seu Carma. Essa é a principal preocupação de Jesus ao exortar o reajuste como algo importante de nossas vidas.

Sem dúvida muita coisa pode ser resolvida, em termos de débitos Cármicos, com nossa “oferenda” isto é, com nosso Trabalho Mediúnico, com a prática da caridade e do amor ao próximo. Mas essa oferenda não tem validade para nosso Cobrador. Dele rouba­mos uma energia especifica e ele só se sente “vinga­do” quando vê o seu devedor “castigado” da mesma forma que ele foi injuriado. Por isso é feita uma ence­nação semelhante àquelas reconstituições de crimes, que a polícia faz quando quer provar a culpa do criminoso.

É por esse prisma que o Médium deverá procurar entender os fatos atuais que lhe acontecem, apesar de sua dedicação ao trabalho e seu propósito de servir a Deus.

A Lei terá que ser cumprida até o último ceitil e Jesus foi muito claro quando dissse

“Não julgueis que vim abolir a lei e os profetas; não os vim abolir mas levar à perfeição; pois em verdade vos digo que enquanto não passarem o céu e a terra, não passará um jota nem um ápice sequer da lei até que tudo chegue à perfeição” (Mateus 5: 17-18).

Com isso nós temos a garantia de que, enquanto existir uma conta a ser acertada, existirão o céu e a terra para proporcionar condições para esse acerto. Por outro lado, a adesão à Escola do Caminho não isenta o aluno do cumprimento daquilo que é fun­damental; seu reajuste com a Lei do Carma.

2 comentários:

Unknown disse...

Gostei muito destas informações. Me ajudaram a reavivar uma série de informações de algum modo adormecidas.
Continue a postar. Gosto da forma como as coisas aqui são publicadas e os ensinamentos de forma simples são os mais fáceis de encaixar no complexo mundo da nossa consciência.

Ninfa Sannya

wanderley soares disse...

Muito bom,me esclareci de muitas coisas outrora esquecidas.

Jaguar Soares

Postar um comentário