A Capa

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

A CAPA

Com a finalidade de armazenar energias, a capa, nas indumentárias dos mestres e ninfas do Amanhecer, funciona como verdadeira bateria nos Sandays e na Estrela Candente, evitando que se percam as energias do trabalho. Elas ficam ali, sob a capa, e são usadas na medida das necessidades.

Nos Abatás, por exemplo, elas são armazenadas quando o médium faz sua emissão e canto, para logo começarem a ser liberadas, conduzidas pelos Cavaleiros da Legião de Mestre Lázaro, até que se esgotem totalmente. Por isso, não há encerramento, sendo todos liberados tão logo se encerre o trabalho.

Já na Estrela Candente, as energias ficam sob as capas até que seja feita a entrega delas na Pira. Por isso o médium que faz uma Escalada não pode, sob pena de perder todo o seu trabalho, tirar sua capa antes de entregar a energia no Templo ou, se for o caso, no Turigano. As ninfas, após a consagração da Centúria, podem usar um forro de renda em sua capa. A renda poderá ser da cor da sua Guia Missionária ou, caso ainda não a tenha recebido, da cor de sua preferência. A capa forrada obriga o uso de pente e luvas.

Nos comandos dos Sandays os mestres usam obrigatoriamente suas capas

BÊNÇÃO DE PAI SETA BRANCA

BÊNÇÃO DE PAI SETA BRANCA

Vale do Amanhecer – DF, 31 de dezembro de 2007.

Salve Deus!

Salve Deus, filhos queridos do meu coração.

Estou muito feliz pelos filhos que estão à frente ter escolhido esta mensagem..

Tudo filhos, que teria a dizer neste dia, nesta era, estão gravados nesse papel,
para que vós outros olhem um ao outro com perseverança porque muitos, jamais,
filhos, pensariam que um dia tudo isto estava à porta de um mundo em desespero,
e este vosso Pai não tem mais nada a ensinar a vós outros, porque tudo filhos, foi dado.
Apenas, apenas a conduta doutrinária, apenas a união dos meus filhos jaguares,
poderão vencer todos os obstáculos e a guerra estará afastada.

Não esqueçais jamais cansados de arcar as vossas armas no seu trabalho,
preparação para o que está vindo, por esta grandeza deste Planeta Capela que está chegando.
Preparai, filhos, com amor, nunca, jamais, com inimizades de todos os irmãos.

Filhos queridos de meu coração, portanto, este vosso Pai neste dia está aqui a abençoar a vós outros,
dando a cada um tudo o que estais a pedir neste instante, para que vós outros possam ter a condição
de enfrentar tudo o que esta mensagem que meu filho Raul teve a inteligência de escolher.
Mas, este vosso Pai que vos ama tanto, estará presente nas vossas vidas em todos os instantes.
Somente para completar, desejando a vós outros muita paz e a humildade em vossos corações,
uns para com os outros, isto é o que tanto minha filha Koatay 108 desejava a todos e,
também está aqui presente todos, todos os Espíritos Iluminados, acompanhando minha filha neste dia.

Que somente Jesus na sua infinita bondade abençoe a vós outros, nesta era que ora inicia,
trazendo a vós outros, tudo que for do merecimento de cada um.
Que as pérolas dos Anjos e dos Santos Espíritos derramem a Sua compreensão
em vossas cabeças, com muito trabalho.

Que Jesus esteja em vossos corações e este que se despede vosso Pai Seta Branca,
o Grande Simiromba de Deus, responsável por este Planeta.

Que Jesus abençoe a todos. Salve Deus!

Seta Branca. 31/12/2007.

Mãe Tilde

Mãe Tilde

Mãe Tildes é uma grande Missionária, um Espírito de Luz que assume a roupagem de simples Preta Velha, na humildade de escrava que foi em um conga no Sul da Bahia, onde exerceu plenamente as atividades doutrinárias, buscando harmonizar as forças iniciática daqueles espíritos já interligados pelas origens de nossa Corrente que para ali foram, atraídos por suas faixas cármicas e por suas missões. Foi uma defensora da libertação dos escravos, para isso tendo que usar muitos dos conhecimentos sobre o transcendental daqueles senhores de engenho e sinhazinhas, buscando aliviar seus carmas e induzindo-os a se lançarem na Lei do Auxílio. É considerada a Padroeira do Lar, por seu amor e sábios conselhos para manter a união e a harmonia de casais e da família, nos atendendo em nossas complicações sentimentais e nos ajudando nos momentos difíceis de nossas vidas. Alma gêmea de Pai João de Enoque, veio com ele em diversas encarnações, especialmente quando do deslocamento das raízes africanas realizado pelos escravos que vieram para o Brasil Colônia. Uma das histórias envolvendo Mãe Tildes, que muito nos marcou por conter personagens que se encontram no Vale do Amanhecer, em cobranças e reajustes, é a da FAZENDA TRÊS COQUEIROS:

Havia, nas imediações de Angical, a Fazenda Três Coqueiros, uma enorme fazenda dos Pereiras, na época, pertencente a Alfredo e Márcia, recém-casados, que a receberam como herança. Havia uma cachoeira limitando a Fazenda Três Coqueiros com a fazenda dos Ferreiras, nobre e rica família, porém gananciosa, com cada membro querendo ser o mais rico, o maior, pois a vaidade e o orgulho eram as suas características. Naquela região, perto dos Ferreiras, havia inúmeras fazendas, grandes e pequenas, pertencentes a famílias que eram aliadas aos Ferreiras e participavam das mesmas idéias, cheias de maldade e ódio, pois a cobiça e a inveja faziam com que eles só pensassem em fazer o mal àqueles daquela bela Fazenda Três Coqueiros. Eram rixas transcendentais. Os Ferreiras e seus aliados sustentavam o ódio arraigado em seus corações. Estas duas famílias estavam sempre em choques e os aliados faziam trincheiras e tocaias, provocando mortes e destruições. Porém, as mortes eram só dos escravos (como diziam eles, escravos eram pagãos e não mereciam bons tratos; eram comprados como um animal qualquer!). Certo dia, Márcia saiu a passear a cavalo, e foi até a cachoeira, ficando admirada com a beleza daquele lugar, daquela linda cachoeira. Sim, aquela era a antiga Cachoeira do Jaguar, de Pai Zé Pedro, de Pai João e das Princesas! Sabia-se que ali existira um fenômeno, há cem anos. Márcia era uma médium de grande percepção. Parou e, deslumbrada, disse:

- É verdade!… Aqui existiu um grande fenômeno envolvendo alguns escravos!

Nisso, Valdemar Ferreira chegou e, abraçando a sinhazinha pelas costas, disse:

- Aqui houve um grande fenômeno, dizem os antigos, de Pretos Velhos forasteiros…

Imediatamente Márcia se lembrou de que Valdemar Ferreira era o mais triste dos inimigos de seu marido e, também, lembrou que seu esposo lhe havia dito que ela jamais pisasse naquele local. Livrando-se de Valdemar, ela saiu correndo. Mas o destino pregou-lhe uma peça: um pequeno escravo dos Ferreira viu Márcia ali com Valdemar e foi contar tudo a Alfredo. Márcia já esperava um filho de Alfredo. Todos os escravos de Valdemar odiavam a Fazenda Três Coqueiros, cheios de inveja, porque a vida dos escravos de Alfredo era boa, levando uma vida normal. Até mesmo os feitores de Alfredo eram bem tratados e eram bons com os escravos, o que não acontecia com o povo dos Ferreiras. Certo dia, o filho de Zefa – da Fazenda Três Coqueiros - começou a namorar uma crioula, escrava dos Ferreiras. Os escravos dos Ferreiras se revoltaram contra o filho de Zefa, esfaqueando-o, e o colocaram, semimorto, à porta de Alfredo, deixando um bilhete em que diziam que não queriam aquele cachorro por lá e, mais, que quando o filho de Márcia nascesse fosse mandado para Valdemar. Márcia, cansada e cheia de dores por causa da gravidez já adiantada, ouvindo os gritos de Zefa, correu ao encontro da velha escrava. É que Alfredo encontrara o rapaz esfaqueado e lera o bilhete. Cheio de ira, mandou que jogassem o rapaz no pasto, longe da Casa Grande. Mãe Zefa havia encontrado o filho e gritava por Márcia, para que ela ajudasse o rapaz. Márcia, mesmo cheia de dores, foi ajudar Zefa, saindo com Pai Zé Pedro para buscar o pobre escravo que havia passado a noite no relento, com urubus já sobrevoando seu corpo. A bondosa sinhazinha mandou que levassem o rapaz para dentro de casa e, então, houve um caso de desintegração: Márcia passou com o ferido perto de Alfredo e este não os viu! Assim que Alfredo encontrou Márcia mandou-a, sem explicações, para a senzala e mandou erguer um grande cercado para mantê-la prisioneira ali. Mandou que Mãe Tildes cuidasse dela. Mãe Tildes era confidente e grande amiga de Márcia. Alfredo comunicou que tão logo o filho de Márcia nascesse ele o mandaria para Valdemar. Márcia cativou todos aqueles escravos com seu amor e dedicação. Quando Zé Pedro, o velho nagô, chegou para falar com Márcia, esta perguntou:

- Quem é este homem?

- É um velho nagô – respondeu Mãe Tildes – que recebe espíritos no lombo!…

- Não, sinhazinha, não precisa ter medo! – disse Pai Zé Pedro se chegando, e se virando para Mãe Tildes, deu um muxoxo: – Linguaruda! Conversa demais!…

Márcia sentiu que o velho nagô tinha uma força do Céu e se afinou com ele. Numa manhã, quando o Sol já brilhava, encantando com seus raios toda a beleza daquela fazenda, eis que Márcia começou a passar mal e, mais tarde, a criança nasceu. Foi grande o reboliço, e os Pretos Velhos se mobilizaram. Mãe Tildes pegou a criança, enrolou-a numa coberta e a levou para Mãe Zefa, lá no meio do cafezal, dizendo:

- Vai, Zefa! Leva este menino porque Alfredo vai matá-lo!

Zefa saiu correndo com o bebê e o levou para a casa dos Ferreiras, onde, sem saberem o que estava acontecendo, entregou o menino à sinhazinha Emerenciana, mãe de Valdemar, que prometeu jamais revelar que aquela criança era filha de Alfredo. Era o grande segredo entre Mãe Zefa e Emerenciana. Zefa foi embora, e nunca mais se teve notícias dela. Quando Mãe Tildes voltou do cafezal, levou um susto: Márcia havia ganho mais outra criança, uma linda menina! Tinham nascido gêmeos! Mãe Tildes começou a chamar a menina de Marcinha. Vendo a dor tão grande de Márcia, Alfredo acreditou em sua inocência e a perdoou, mas Márcia não quis voltar à Casa Grande. Tanto Alfredo como Márcia não sabiam que haviam nascido duas crianças. Conheciam apenas aquela menina. Alfredo, até seu desencarne, pensava só ter nascido a menina. Certo dia, um crioulo apareceu para dar satisfações onde estava o menino. Mãe Tildes sofria, sem saber se devia revelar o segredo a Márcia. Foi consultar o nagô, e este lhe disse para jamais revelar a verdade. Fora um erro ela querer assumir a dívida de Márcia. Por outro lado, Mãe Tildes desconfiava de Márcia, ao ver o menino que se parecia demais com Valdemar. O nagô pediu que Márcia voltasse para a Casa Grande, porque seu marido estava caminhando para a loucura e teria um fim muito triste. Márcia saiu dali com o coração apertado, sabendo que Alfredo não tinha condições de continuar a viver daquele modo. O tempo passou ligeiro e Alfredo morreu louco. Márcia se enclausurou naquela casa. Marcinha, já mocinha, começou a namorar o filho de Valdemar! Quando o rapaz entrou, pela primeira vez, na Casa Grande da Fazenda Três Coqueiros, Mãe Tildes foi correndo até Pai Zé Pedro e lhe disse que estava perdida, pois tinha cortado o carma de Márcia e, agora, Marcinha iria se casar com o próprio irmão! Nisso, a porta se abriu e Marcinha, feliz, abraçou Pai Zé Pedro e Mãe Tildes, dizendo-lhes que iria se casar.

- Ele quer se casar comigo! O coronel Valdemar tem dois filhos, sabem? O mais novo tem dois dedos emendados, um pregado no outro. Mas este não! É perfeito, e não se parece nada com o outro…

Depois que Marcinha saiu, Pai Zé Pedro falou:

- Não lhe disse, Mãe Tildes, que a grandeza de Deus não tem limites? Este não é o filho de Márcia…

E Mãe Tildes perdeu a voz até que Marcinha se casou com aquele rapaz! No dia do casamento de Marcinha, foi promulgada a Lei Áurea, a abolição da escravidão. Foi uma terrível confusão. Tiros… Brigas… Amália, esposa de Valdemar, morreu. Márcia não soube a verdade sobre seus filhos até o dia em que Emerenciana, já para morrer, a revelou: Jacó era seu filho! Tinha dois dedos emendados, que comprovavam ser ele filho de Alfredo, que tinha o mesmo defeito. Márcia, prestes a desencarnar, abraçou seu filho Jacó, cheia de emoção. Mãe Tildes, já um espírito evoluído, teve que pagar esta pena, por ter reparado um carma indevidamente. É o que acontece com quem corta ou interfere nos destinos dos outros!… O pessoal dos Ferreiras lançou-se contra a Fazenda Três Coqueiros. Foi uma grande mortandade. Iluminados pela força de Deus, Mãe Tildes, Pai Zé Pedro e duas crioulas – Uraí e Urail - fugiram para uma outra fazenda cafeeira. Marcinha fugiu, levando consigo seu irmão Jacó. No dia seguinte, uma volante – polícia baiana – chegou à Fazenda Três Coqueiros, onde muitos cadáveres exalavam terrível mal cheiro, e, com muita dificuldade, impôs a ordem. Na fazenda dos Ferreiras, ninguém triscava a mão! Vieram, de longe, velhos coronéis e sinhozinhos. Os pais de Alfredo e os de Márcia quiseram levar consigo os netos Marcinha e Jacó. Estes, porém, não quiseram ir. Todos os que passavam por ali comentavam a triste tragédia daquele povo, povo este composto por espíritos espartanos, vindo de nossa origem e que, aqui, não suportaram as velhas rixas. Alguns dos Ferreiras que fugiram, continuaram a se entrincheirar para novas tragédias. Mãe Tildes e Pai Zé Pedro fugiram para o Angical. É só o que posso dizer, pois aqui estão os malvados que precipitaram esta tragédia! Ainda faltam alguns componentes desta história. Não posso, neste instante, avaliar quais dos senhores e senhoras foram Ferreiras ou quais foram Pereiras... Salve Deus! Só Deus, neste instante, poderá avaliar quem foram…” (Tia Neiva)

Obs.: Em suas anotações biográficas, Tia Neiva informou que Carmem Lúcia, sua filha, era a reencarnação de Marcinha.

Mantras Tia neiva 27.6.76

domingo, 30 de agosto de 2009

MAN = MENTE + TRA = LIBERTAÇÃO


“E mais uma coisa, meus filhos: quando vocês puderem cantar... O canto se transforma em mantras junto ao seu ectoplasma. É um ectoplasma crístico que lhe permite fazer seus pedidos enquanto você está cantando os mantras. Sempre que puderem, cantem! Nós ionizamos o nosso Templo e deixamos aqui, em haver, quando saímos, tantos mantras do nosso magnético animal extraídos do Sol Interior. Não se esqueçam disto! (...) Os mantras cantados são como luzes, é um trabalho em louvor à Espiritualidade, é como se vocês abrissem uma conta corrente nos Mundos Encantados!” (Tia Neiva, 27.6.76).

Carta tia Neiva - Sem Data

· "Certa vez dois grandes sábios e seguidores de Cristo partiram em uma peregrinação, chegando a uma pequena cidade, onde um povo cristão, feliz, os acolheu com carinho. Mas era grande a necessidade daquele povo, em que Jesus colocara, também, forças desiguais. Os sábios mestres sentiram aquela grande necessidade mas, também, um toque de vaidade por se sentirem tão úteis àquele povo. Então, se perguntaram: Curar ou doutrinar aquela gente? Sim, curar, induzindo-lhes ao trabalho, pois todo aquele que se eleva no trabalho, gradativamente vai recebendo sua lição, a verdadeira lição com o amor extraído do palpitar de sua mente e de seu coração, e não a lição da teoria, mesmo que de velhos sábios, pois a lição de um sábio, ontem, pode ser hoje superada por uma magnífica manifestação de um discípulo. O sábio mais velho partiu. O outro, não resistindo à sua vaidade, ficou e foi ensinar. Formou sua academia, limitando aquele povo aos seus conhecimentos. Enquanto isso, o que partiu jogou-se à prática, escrevendo, traduzindo, acumulando tudo o que via, e não teve tempo de aproveitar sua linguagem pois, de certa forma, era projetado e sempre superado por tudo que aprendia dos seus discípulos. Por fim, já de volta, encontram-se os velhos sábios, e recebem a mais ardente das lições: o encontro com a Caridade! Aprender trabalhando e não ter a pretensão de saber. A dor é o espinho no coração do Homem. Após extraída, permite que desabrochem conhecimentos transcendentais de que nenhum mestre é capaz de transmitir." (Tia Neiva, s/d)

Carta tia Neiva 21.11.81

· "Provamos sempre que a Doutrina, somente a Doutrina, é a bagagem real deste mundo para o outro. Porque mesmo que eu viva com os espíritos, converse com eles, e que entrasse em um disco voador, sem conhecer a sua linguagem, sem o amor de uma Doutrina em Cristo Jesus, nada me iluminaria, senão a missão de um comportamento religioso." (Tia Neiva, 21.11.81)

Carta tia Neiva - Carta Aberta n. 2, 11.9.77

sábado, 29 de agosto de 2009

· "Na Doutrina Espírita, a fé representa o dever de raciocinar com a responsabilidade de viver, porém com amor, no equilíbrio de teu Sol Interior. Sim, meu filho, o Sol, a nossa vida por Deus construída! Porque o Sol Interior é formado pelos três plexos no reino coronário. Sendo corpo físico, devemos estar sempre compreendendo os nossos instintos da carne, do reino físico, no plexo etérico e no perispírito. A nossa alma ou micro-plexo, quando estamos bem sintonizados, se desprende do corpo e parte em busca de nossos desejos. Se estamos em perfeita sintonia em Deus, ela vai até o cosmo e nos traz força e energia para nosso Sol Interior. Tudo dependerá de sabermos harmonizar os três reinos de nossa natureza: amor, tolerância e humildade. Nossa responsabilidade é grande demais pelo compromisso que assumimos nos planos espirituais para sermos o socorro final nesta Nova Era. Meus filhos! Faremos de nossa missão o nosso sacerdócio. Jamais irei exigir nos seus aparelhos os Anjos do Céu! Porém, irei sempre às matas frondosas do Xingu, em busca das mais puras energias para o conforto e harmonia, para a cura do corpo e do espírito e para o desenvolvimento material de suas vidas. Força do Xingu... Força vital extra-cósmica! A lei física que nos conduz à razão é a mesma que nos conduz a Deus! Não somos políticos, porém temos como obrigação obedecer às leis, cumprir com dignidade o que nos regem os governantes de nossa nação. Não os considero como tradicionais espíritas das mesas de Kardec ou dos luminosos terreiros. Eu os concebo preparados Magos do Evangelho, no limiar do Terceiro Milênio! Existe um céu espiritual ao nosso alcance, existe uma outra natureza que está além da manifestação habitual que conhecemos, e só mesmo as heranças transcendentais nos levarão a vidas além carma." (Tia Neiva, Carta Aberta n. 2, 11.9.77)

Carta tia Neiva 11.7.83

· "Deus é Natureza, é a Verdade viva e absoluta, revestida de Luz! Deus é Verbo, Energia Luminosa de ação e reação. Deus é o canto supremo da Harmonia, na expressão mais alta da Justiça e do Amor. É a Ciência, a Força e a Razão! É a este poder cabalístico, filho, nesta Doutrina, que a Cabala de Ariano nos aconchega. Tudo se explica e se concilia. É uma Doutrina que a tudo vivifica e fecunda a todos os outros - e nada destrói. Até pelo contrário: dá razão de ser a tudo que existe. Por isso, filho, todas as forças do mundo estão a serviço desta Ciência, que é muito mais do que uma simples Doutrina. O Amanhecer é um canal único, onde eu juro meus olhos todos os dias, fortalecendo os canais de emissão que seguem na força cabalística de Ariano. Acende e inflama os ideais religiosos. Presume-se que Deus haja criado os inteligentes e os menos inteligentes. Eu, porém, filho, só vejo a distinção e a deformação de alguns seres por falta de Doutrina. Ariano é poderoso Oráculo da Legião do Cavaleiro Verde. É a Presença Divina, Sétimo Raio do Amanhecer, que do Oráculo de Ariano distribui eflúvios luminosos na Terra." (Tia Neiva, 11.7.83)

Carta tia Neiva 7.9.77

· "Estamos a remover séculos, em busca das Raízes que deixamos. Voltamos para evoluir o mundo que ferimos quando nos afastamos de Deus, naquela noite triste de luar, quando a dura experiência nos arrancou do mais alto castelo de força, baseada no imenso poder químico que transformava a água em pedra e que nos fez esquecer que, átomo por átomo, somos por Deus construídos. Era um sacerdócio poderoso, onde o Homem se concentrava, salientando-se a necessidade de moderação e equilíbrio ante os momentos menos felizes dos outros. Analisamos, sem a mínima compaixão por nós mesmos, todos os acontecimentos que nos deram a orientação e a conduta dos seres que fomos. Corajosos, inteligentes, porém nos perdemos em meio de tantas riquezas. Inteligência!... Tivemos tempo para ir e voltar. Verificamos, então, que a Terra não passa de imenso universo onde temos a razão do que vemos. Agora, já é um pouco tarde para voltarmos, se somos missionários e trouxemos uma lição! Falando de uma forma espiritual, no tempo preciso somos, então, aqueles espíritos colocados numa posição de destaque no limiar do Terceiro Milênio. E quanto à delimitação do tempo, a própria palavra já diz: Terceiro Milênio! Abraçaremos o que nos deixaram os nossos antepassados nos altos planos do Céu. Eis a única forma de favorecermos a paz em nossos corações. Energias transferidas pela nossa falta de Deus... Hoje, estamos aqui, com o nosso Sol Interior Iniciático, na obrigação de agora as transferir até aqui. E neste compromisso comigo, terás que conhecer o mais alto culto da Ciência-Mãe, ou seja, a Magia Geradora, o teu Aledá, o culto secreto que é a Cabala de Ariano, conforme já provamos naquele mundo iniciático de Pai Zé Pedro e Pai João, que deram o nome de Ariano, que quer dizer Raízes do Céu." (Tia Neiva, 7.9.77)

Pai Seta Branca e Mãe Yara


Pai Seta Branca e Mãe Yara

Pai Seta Branca é um dos nomes recebidos pelo luminoso espírito de Oxalá, Orixá poderoso que preside todo o desenvolvimento cármico do nosso planeta, a quem foi dada a missão de espiritualizar o Homem. É o grandioso guardião do Oráculo de Simiromba, que administra todo o potencial de forças que agem e interagem na Terra. SIMIROMBA significa, em nossa Corrente, “Raízes do Céu”, e Pai Seta Branca é o Simiromba de Deus! De seu Oráculo, Simiromba realiza toda a grandeza presente em nossos trabalhos. Chegando aqui, liderando a missão dos Equitumans , quando ficou conhecido como Jaguar, e dos Tumuchy, Oxalá retornou no século XII, na Itália, como Francisco de Assis, junto com sua alma gêmea - Mãe Yara - como Clara de Assis, desenvolvendo magnífica obra dentro da Igreja Católica Apostólica Romana, criando a Ordem Franciscana, implantando as bases de sua Doutrina: Amor, Humildade e Tolerância, idéias das quais os Homens estavam afastados. Na época da conquista da América, no século XV, Oxalá era o grande cacique de uma tribo Inca, estabelecida em Machu-Pichu, tendo recebido o nome de Seta Branca por causa de sua lança armada com a presa de javali. Com as conquistas espanholas na região andina, houve uma ocasião em que os espanhóis chegaram nas proximidades daquela tribo, ameaçando-os. Seta Branca e seus oitocentos guerreiros aguardavam os invasores em um descampado. Quando estavam próximos para iniciar a batalha, Seta Branca começou a falar, ao mesmo tempo em que, com sua seta branca nas mãos, fazia como que uma oferenda aos céus. Sua voz ressoava por toda aquela região, gerando campo de forças que trouxe um clima de paz e tranqüilidade o qual influenciou todos aqueles corações. Guerreiros dos dois lados sentiram aquela emanação, e foram se ajoelhando. Seta Branca terminou sua invocação, trouxe sua seta até o plexo, e ficou em silêncio, de cabeça baixa, aguardando os acontecimentos. Os espanhóis foram se levantando e abandonando o campo, e retornaram para seus acampamentos, no oeste, sem qualquer confronto. Os Incas retornaram à sua cidade, sentindo o poder do amor sobre a força bruta. E ali viveram por muitos anos ainda, totalmente isolados. Esses espíritos retornaram no limiar do Terceiro Milênio, liderados por Oxalá, na roupagem de Pai Seta Branca, tendo como líder, no plano físico, Tia Neiva, que reuniu os Jaguares sob a Doutrina do Amanhecer. O aniversário natalício de Pai Seta Branca é reverenciado no dia 14 de fevereiro. Mensalmente, no primeiro domingo de cada mês, no Templo-Mãe, faz-se o ritual da Bênção de Pai Seta Branca, quando quatorze ninfas se revezam na incorporação do Pai, dando a bênção a centenas de pacientes e mestres, com a presença de Ministros que incorporam em Ajanãs. Nos Templos do Amanhecer, uma só ninfa – geralmente a Coordenadora – incorpora e dá mensagens e bênçãos de Pai Seta Branca, obedecendo ao ritual que se encontra no Livro de Leis. Todos os anos, a partir de 1971, Pai Seta Branca se dirige a seus filhos Jaguares através de mensagens que são pronunciadas no Templo-Mãe, à meia-noite do dia 31 de dezembro. Até 1984, foi a comunicação feita por Koatay 108. Depois, uma ninfa passou a ser designada para isso.

Mãe Yara

“Mãe Yara é um grandioso espírito de Luz que teve importância fundamental desde as primeiras manifestações mediúnicas de Mamãe, e é a responsável pelo desenvolvimento dos Doutrinadores. Inicialmente, usava uma roupagem de uma encarnação milenar, na qual havia ficado paralítica. Apresentava-se em uma cadeira de rodas, como uma senhora de porte elegante, muito digna, que logo de início cativou Mamãe, inspirando a confiança, de que tanto necessitava, naqueles primeiros anos de compreensão dos fenômenos mediúnicos, que a levariam à descoberta de sua missão. Em seu conflito, Mamãe – que ainda não aceitava a vidência – passou a interessar-se pela linda senhora, a quem carinhosamente chamava de “Senhora do Espaço”. Estabelecido interesse, Mãe Yara passou a narrar uma das suas encarnações, com o nome de Adelina, passando grandes lições, que muito vieram contribuir em seu desenvolvimento mediúnico. Mais tarde, revelou que era alma gêmea do grande Cacique Tupinambá (Pai Seta Branca) e hoje, sem dúvidas, podemos considerá-la a “Madrinha do Doutrinador”.

“Calma, Neiva! Não se esqueça de que, na vida, quando você está esperando o Céu, a Terra está esperando por você. Sim, filha, antes de você subir ao Céu, terá que baixar na Terra. Não queira que as pessoas pensem como você. Seja imparcial no seu raciocínio e nada aceite sem entender. Não se esqueça de que ninguém possui a verdade total!” (Mãe Yara)

Carta Tia Neiva 27.6.76

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

· "Somos muito realizados nesta Doutrina! Salve Deus! E por isso, talvez, muitos de vocês se empolgam nestes conhecimentos e começam a insistir com as pessoas para se desenvolverem. Eu até não me importo!... Então, depois, começo a me recordar desses erros que eu também já cometi. Quero alertar vocês, quero explicar para que tenham muito cuidado: cortem esses convites! São muito perigosos e nos trazem, inclusive, perigos pessoais, atrasos... Em 1960, quando eu iniciava meu mestrado no Tibet, me apareceu uma família: uma viúva com um filho de 25 anos, mais ou menos, que bebia muito, casado e com dois filhos. Eu achava - como vocês - que o Homem só se realiza quando se desenvolve. E pronto! Comecei a insistir com aquela família para vir desenvolver aqui. Entre outras coisas, disse-lhes que o rapaz, com o desenvolvimento, ficaria bom. E ele ficou muito ligado a nós, e todos começaram a se desenvolver. Um dia, vi o quadro do rapaz: em mais ou menos um ano ele ia morrer! E então me arrependi de tê-los trazido para a UESB. Mãe Nenê era quem se encarregava, com todo o amor, de doutrinar aquela família. E o rapaz - o Zé Ratinho, apelido que tinha desde criança - ia à UESB por brincadeira. Mas deixou de beber. Ele ia à UESB para ficar na "rodinha", totalmente sem sentimentos, sem qualquer coisa. Um dia, um telegrama: o rapaz fora jogar bola, em Belo Horizonte, e morrera com um mal súbito. Foi um choque terrível para todos, mas eu já esperava por isso. A reação da mãe é que me surpreendeu: começou a se lastimar, dizendo que aquilo era castigo, porque haviam sido sempre tão católicos e agora não eram mais... haviam matado o seu filho querido por se tornarem espíritas!... E isso durou muito tempo. Diziam, me culpando, que aqui só existia feitiçaria e tudo o mais. E eu tive a maior decepção do mundo com minha assistência àquela família. Certa vez eu estava no Canal Vermelho quando ouvi uma voz chamar: "Irmã Neiva!" e me deparei com o Zé Ratinho. Nessa época, todos me chamavam de Irmã Neiva. Ele falou: "Oh, Irmã Neiva, graças a Deus! Por que não aproveitei mais? Mas, por que Mãe Nenê não está aqui? Por que, por que não ouvi mais Mãe Nenê? Ela com aquela doutrina dela... Enjoada, né? Enjoada... mas graças a ela que estou recebendo uma luzinha aqui! A senhora está boa, né, Irmã Neiva?" Então vi que ele jogara fora tudo o que eu tinha feito, todo aquele sacrifício. O que valera a ele, afinal, tinha sido a doutrina de Mãe Nenê! Fiquei decepcionada. Eu, que fizera tudo de bom (que naquele tempo eu pensava), via que a única coisa boa fora a doutrina de Mãe Nenê. Mãe Tildes foi me dar uma explicação: "É mesmo, filha. O Homem só sente, só é atingido depois que nasce quando ele tem qualquer convicção da vida fora da matéria, quando ele tem vontade..." E Mãe Tildes me explicou que minha missão aqui é esclarecer ao Homem a Doutrina, mas no coração e na mente..." (Tia Neiva, 27.6.76)

Carta tia Neiva 28.1.85

· "Homens pequenos, Homens maiores, todos irão se levantar e encontrar os seus destinos e, juntos, teremos que encontrar os nossos destinos. Sabe Deus o que nos espera se sairmos desta concentração que nos divide e nos segura, nos afirma nossa constituição." (Tia Neiva, 28.1.85)

Horários

Horários

Em 1984, Tia Neiva divulgou o “Relógio de Nosso Sol Interior”, para que buscássemos segui-lo nas nossas atividades diárias, compatibilizando-as com o momento mais propício. Estabeleceu o seguinte:

6 HORAS É o início do nosso relógio. Se quizermos ter segurança ou vivermos firmes com nossas vibrações, temos que nos levantar - mesmo que seja por apenas dois minutos - às 6 horas da manhã, para que seja feita a união dos três reinos de nossa natureza e firmar a volta da alma ao corpo, sem qualquer prejuízo para o sistema nervoso. Pode-se deitar novamente, e dormir.

6 ÀS 9 HORAS O perigo nos ronda entre as 6 e 9 horas da manhã porque não temos alguém em nossa vigília. Corremos o perigo dos pedidos e das dádivas. Muita gente concentra suas vibrações no ódio - eis o perigo!

9 HORAS Ë um horário significativo para as forças que estão dentro de nós, quando ficamos expostos a qualquer tipo de negócios - bons ou maus. Maus, porque pedimos, muitas vezes, o que é impossível. Dificilmente sabemos o que pedimos! É hora de manipulação de uma força que pode nos dar o que precisamos, que penetra em nosso Sol Interior e se faz Vida, pensamentos, inteligência: é a força Universal, a força absoluta de Deus Pai Todo Poderoso. É a realização do plexo pelas forças reunidas dos três reinos de nossa natureza, força que realiza nosso Sol Interior. Precisamos de muita cautela, de muito amor, para cultivar o que está dentro de nós, o que temos formado dentro de nosso Sol Interior. Iniciados ou não, o horário da vida é um só!

9 ÀS 10 HORAS HORÁRIO INICIÁTICO EVANGÉLICO - Bom para acertos sentimentais, é o horário dos encontros amorosos, da realização de negócios, tudo sob a energia do prana que, neste horário, já emitiu seus eflúvios por todo este Universo.

10 ÀS 11 HORAS Período em que já começam as perturbações. As pessoas mal assistidas começam a sentir peso nos chakras, principalmente nas frontes. Tia Neiva fala dos desprovidos da força crística. É um horário em que estamos vulneráveis. Pode ser bom ou pode ser ruim!...

11 ÀS 12 HORAS É um período neutro.

12 HORAS Ao meio-dia nada devemos fazer, sequer uma prece pelos enfermos. É a hora em que age a força significativa dos Grandes Iniciados, atuando nos poderosos mundos negros. É um período de grandes decisãos nos vales negros! Existem trabalhos que exigem grande energia para sua realização e, também, muita precisão. No nosso tempo, aqui na Terra, é tão curto o período para essa realização que nossa Lei nos ensina a nos acautelarmos neste horário.

12 ÀS 14 HORAS É um período de esperança.

14 ÀS 16 HORAS É ótimo período para realizações nos campos sentimental, emocional, comercial e profissional. É um período governado pelo planeta Marte. Neste horário, uma amacê desprende-se de Marte e chega à Terra, onde distribui seus eflúvios, harmonizando todos.

16 ÀS 16:30 HORAS Neste período o ciclo se modifica completamente, parecendo que a Terra vai parar. Gera insegurança e uma espécie de medo! Período muito curto (na realidade nem chega a 30 minutos) em que uma avalanche de anti-neutrons escandaliza toda a Natureza e todos, crísticos ou não, se aproveitam de forças interiores e se reforçam nas graças de Deus. Este é o HORÁRIO DA LEI DO AUXÍLIO. Mas é, também, um horário de precauções, de cuidados. Se puder, não use o seu carro. Diziam os Arcanos que é um período em que a Terra pega fogo! Tia Neiva acreditava que é um período que não mais atinge o Jaguar, porque este é ionizado de qualquer vibração dos espíritos que estão fora da Lei de Deus, apesar de que esses espíritos vêm em busca de uma oportunidade para se refazerem de seus traumas e se revestirem de suas consciências. Graças a Deus, é um período passageiro.

17 HORAS O planeta Marte volta a agir. É o eterno movimento: vem uma grande força, é manipulada no Homem, e volta, sendo levada a mundos onde o Homem não é evangelizado. Nada se perde. Tudo é aproveitado na evangelização dos seres, em Deus Pai Todo Poderoso.

17 ÀS 18 HORAS As amacês fazem, por toda a Terra, um balé de forças, emitindo a inteligência, a religião e muita energia. É a hora da Vida e da Morte! Quando estamos nos planos espirituais, onde o Homem desencarnado se queixa pela falta de comunicação, de um esclarecimento de sua vida religiosa ou doutrinária, é neste horário que ele é levado à Terra, onde lhe é mostrada a grande Atalaia, onde tudo lhe é esclarecido, onde ele sabe que, por sua própria culpa, abandonou sua grande oportunidade. A obra de Deus é perfeita e não tem mistérios nem usa subterfúgios. É um bom período para negócios e grandes eventos nos laboratórios e oficinas. Mas é, também, o período de esclarecimento do espírito, quando se conscientiza de que o Homem não se escla-rece em Deus Pai Todo Poderoso porque não quer! Ele teve a mente aberta, teve a inteligência, teve tudo... e tudo abandonou! Esta é a HORA DE DEUS, de Deus Pai Todo Poderoso.

18 ÀS 19 HORAS O Homem que quer aproveitar a Terra e os seus dias sente a grande transformação neste período. É uma mudança brusca, inclusive do clima. Mesmo que o Homem esteja amargurado ou que tenha seu coração cheio de amor, ele sente a transformação em si próprio. É o horário em que o Homem recebe as energias das grandes amacês. É a hora das grandes transformações, principalmente daquele Homem que não quer ser vítima do seu destino, daquele Homem que não fez o seu rosário de dor. É o período em que o Homem recebe a coragem, as coisas ficam boas e ele deseja o que realmente tem, o que ele fez e o que é dele. Neste período, três amacês de planetas diferentes vêm, nas graças de Deus, sustentar a Terra. É a hora em que uma criança que não tem o que comer nem o com que se cobrir, não sente fome nem frio, porque é atendida pelas grandes energias cósmicas, onde vive Jesus. Salve Deus!

19 ÀS 22 HORAS É um período normal, sem contratempos. É bom para o Homem se realizar em negócios, amores e família, enfim, nas coisas que estão em sintonia com sua harmonia.

22 ÀS 23 HORAS Período muito ruim. Cheia de pensamentos, a alma começa a vaguear, trazendo sustos e superstições. Não vai longe, nem perto, e volta ao corpo, trazendo sonolência e insegurança quando o Homem está desarmonizado. Se estiver harmonizado, tudo bem. É um horário sem alimentação de energia.

23 ÀS 24 HORAS É o período de equilíbrio do Universo, no qual o Homem, mesmo desarmonizado, passa melhor porque, quando as amacês, nos bons horários, se dispõem a trazer energias, elas atingem o Homem na individualidade, sendo crístico ou não, e sendo sua defesa uma só, essa energia o vai curando, independentemente de haver ou não sintonia. Com a manipulação durante o tempo dos eflúvios que vai recebendo, o Homem vai-se equilibrando e, por incrível que pareça, pode ficar curado para toda a vida. Só não se equilibra o Homem que carrega em suas costas seu rosário de dor. Esse tipo de Homem é quase impenetrável!

24 HORAS - MEIA NOITE Abrem-se os portões dos cemitérios e os espíritos se movimentam, entrando e saindo. Este período vai até 1h 30 min da madrugada. Estes espíritos vão recebendo, neste período, a ajuda de Harpasios e de muitas outras estrelas como ela.

1:30 ÀS 2 HORAS É o período da grande movimentação de pequenas amacês, de várias origens, fazendo a preparação para achegada dos Centuriões. É a HORA DA DOUTRINA, da elevação dos espíritos. Por todo este Universo, funciona da mesma maneira: falanges de inúmeras formações, espíritos de variados níveis são atingidos pela força crística dos Centuriões. É tudo muito complexo para ser entendido por nós. Há, também, outra qualidade de Homem, com pensamentos complexos, que atua neste período, até que se chegue às 2 horas da madrugada.

2 ÀS 3 HORAS É o período da Cura e da Luz.

3 ÀS 6 HORAS É o período dos Aromas das Matas, horário dos Caboclos. É bom estar dormindo durante este período. É a HORA DE RECUPERAÇÃO DE ENERGIAS.

· “Filho: Todo trabalho, trabalhado na hora certa, forma uma corrente inquebrantável. Foi respeitando os horários que consegui contar 108 Horários do meu trabalho: amor, tolerância e humildade!” (Tia Neiva, 19.9.80)

“Quando dormimos, os três reinos de nossa natureza, na sua totalidade, ficam para atender às exigências do corpo. De vez em quando, nossa alma sai a vaguear e, conforme sua mediunidade, chega a demorar-se fora do corpo. Passeia, vai longe, e adquire ilustrações, muitas vezes em busca da cura do próprio corpo físico.” (Tia Neiva, s/d, 1984

O Apara e o Doutrinador

O Apara e o Doutrinador

Apara

O médium de incorporação, que sempre existiu sob uma força nativa, recebeu, dentro do Africanismo, uma nova forma: sua força, com a consagração de Nossa Senhora Apará - Nossa Senhora da Conceição - teve a transformação para uma força crística extraordinária, agindo em seu plexo iniciado, com muito maior responsabilidade por ser instrumento da Voz Direta. Naqueles tristes navios negreiros, nas senzalas, a força iniciática trazida pelos Enoques se manifestou de forma grandiosa, atendendo aos negros desesperados através de médiuns que incorporavam entidades de Luz, e que, por isso, passaram a ser denominados APARÁS, tanto os mestres como as ninfas. Aos mestres foi dada uma designação especial: AJANÃ, dentro das diferentes condições entre o plexo masculino, positivo, forte para receber projeções e incorporações poderosas, tanto de espíritos evoluídos como os sem Luz, e o plexo feminino, negativo, sensível, apto à manipulação de energias poderosas, intensas, porém suaves. Recebem, também, a denominação de RAIO LUNAR, embora alguns achem que esta só se aplicaria àqueles que estão em condições de incorporar o Pai Seta Branca. Exite, para os Ajanãs, a classificação de QUINTO YURÊ, bem como de Estrelas - Cautanenses e Vancares. Na Doutrina do Amanhecer, ao iniciar suas aulas de Desenvolvimento, o médium tem identificada sua mediunidade. Se é de incorporação - um apará - é feita uma avaliação de como essa capacidade se apresenta, pois pode trazer hábitos e posturas de outras correntes que devam ser minimizados, para que possa trabalhar adequadamente como médium de incorporação da Corrente do Amanhecer, um apará, tendo as condições básicas:

=> Incorporar um sofredor sem fazer muito alarde, sem palavras inconvenientes e sem cair em posições grotescas ou desagradáveis;

=> Incorporar e saber distinguir a emanação do Preto Velho, do Caboclo, do Médico ou de qualquer outra Entidade que se faça presente através dele;

=> Ser suficientemente humilde para trabalhar no Templo, com amor, sempre que for convidado, sem escolher o trabalho ou o comand

ante;

=> Saber mediunizar-se profundamente, de modo a evitar cançar-se no trabalho, pois, bem mediunizado, não terá noção do tempo nem do calor, ou do frio, nem do que acontece a seu redor.

Doutrinador

Na nossa Doutrina, o médium que é cons

ciente,

vigilante e

racional, sem incorporar, é denominado DOUTRINADOR. Sua fita tem o símbolo - a cruz -, seu colete e sua capa têm a cruz nas costas e, no escudo, existe um sinal de divisão que indica a sua capacidade de separar objetivamente os planos vibracionais, distinguindo o que é da Terra e o que é do Céu. Sua mediunidade funciona com base no sistema nervoso central ativo, onde a vontade e a consciência predominam, assumindo o comando de seu sistema neurovegetativo. O Doutrinador corretamente mediunizado se liga a seus Mentores e se torna receptivo dessas forças superiores, tornando-se pólo emissor de energias positivas, vibrações que podem ser transmitidas por suas palavras, pela aplicação das mãos, pelo olhar e até mesmo pelo simples pensamento direcionado. Diferente do doutrinador de outras correntes espiritualistas, o Doutrinador do Amanhecer tem seu plexo iniciático preparado pelo trabalho de Koatay 108, que buscou dar com sua atuação, a base científica do mediunismo utilizado em nossa Corrente. Assim, cabe ao Doutrinador, entre outras, as principais funções: estudar, apreender, interpretar e conceituar a Doutrina do Amanhecer; ter a responsabilidade de ser instrutor dos médiuns em desenvolvimento; dar assistência e manter o controle de todo e qualquer trabalho de incorporação, aprendendo a conhecer as entidades e agindo conforme a natureza daquele espírito que se apresenta; conhecer todas as Leis, sabendo abrir e encerrar os trabalhos, bem como ter capacidade para comandá-los; aplicar corretamente o passe magnético nos Aparás, após a incorporação, e nos pacientes; buscar manter o equilíbrio e a harmonia em seu redor, porque sabe que, com seu potencial mediúnico, tem condições para controlar um ambiente sem a necessidade de qualquer gesto. Uma das características da civilização atual é a confusão entre os planos vibracionais tão diferentes: o plano transitório da alma, que é produzida, como o corpo, a cada encarnação, e o plano transcendental do espírito, que é sempre o mesmo. Cada um desses planos se manifesta em nosso campo consciencional de modos totalmente diferentes, e o Doutrinador sabe como agir e interagir de forma objetiva em cada plano, fazendo disto a base de sua missão, isto é, transformando sua personalidade num instrumento de ação do seu espírito, de sua individualidade, exercendo plenamente suas funções mediúnicas, que visam a ligação dos Planos Superiores com a Terra. Quando falamos da Doutrina do Amanhecer vimos que ela se dedica à prática dos aspectos objetivos do Sistema Crístico, ligando seus campos vibracionais aos planos da Terra.
Essa é a função do Doutrinador: agir dentro das Leis Crísticas para fazer funcionar o Sistema Crístico na Terra. Mesmo que tenha dificuldades para ler estas Leis nos Evangelhos, aprenderá através de sua mediunidade. Neste ponto reside toda a trajetória do médium Doutrinador. Se ele se dispuser a ser apenas um medianeiro, um intermediário de um Sistema vivo e atuante, exercendo plenamente o amor, a tolerância e a humildade, certamente se tornará um Doutrinador propriamente dito. Mas, se quizer apenas manter-se no plano de sua personalidade, preso a conceitos e preconceitos, submisso aos anseios da alma e do corpo, não será, jamais, um Doutrinador - apenas um médium desperdiçado. O Doutrinador não tem outra escola que não seja a própria vida, suas lições pacientemente aprendidas no Templo, no lar, em seu local de trabalho material, na rua, enfim, onde estiver, aprendendo a aplicar o Sistema Crístico corretamente em cada acontecimento, o que significa decidir sobre a forma, a intensidade e a duração dessa aplicação. Por isso é preciso que esteja, permanentemente, alerta e receptivo. Alerta para poder perceber cada detalhe do fato, e receptivo para poder receber a orientação de seu próprio espírito. O Doutrinador não corre atrás da Doutrina. Atento, deixa que a Doutrina chegue até ele. Estabelece seu próprio programa, de forma a não conflitar com o seu padrão de vida, sua cultura e sua disponibilidade, e aprimora sua técnica, isto é, sua maneira de fazer as coisas. O Doutrinador é o guardião do Apará, e por isso a sua responsabilidade é enorme no que diz respeito a mistificações e mensagens com interferências de Espíritos de luz. Deve aprender a conhecer muito bem as incorporações, pois há inúmeros casos de Espíritos das Trevas que incorporam sem os sinais do sofredor (enrijecimento muscular, contração das mãos, etc.).Deve saber lidar com as diversas classes de sofredores e obsessores, buscando aplicar sua doutrina corretamente, com amor e propriedade. A Doutrina do Amanhecer é uma Ciência, por isso é necessário que sejam aprendidas suas técnicas de trabalho. Nos menores gestos, desde o seu comportamento no Templo até na aplicação de chaves, passes magnéticos, enfim, em toda sua atividade nos trabalhos e rituais, está envolvida uma refinada técnica, que deve ser bem compreendida e aplicada pelo Doutrinador, para que seja eficaz e eficiente sua participação e, com isso, se sinta cada vez mais seguro.

Fonte: 'Principes Maya'


Carta tia Neiva - Sem Data

· "Como explicar esta Doutrina, que os Anjos e Santos Espíritos nos confiaram, se quanto mais penetramos nos domínios psíquicos tanto mais difícil se torna nossa jornada? Meu filho: nos encontramos na situação do viajante que atravessa uma região nunca antes percorrida, da qual não há retorno, e sem vaguear, caminhando sem guia, confiando apenas na sua formação recentemente reencontrada, equilibrada por sua formação, entregue à sua perspicácia. É uma Doutrina que, como um gigante adormecido, repousa por trás de três portas hermeticamente fechadas, três portas resplandecentes que significam, duas, o Poder Iniciático da Vida e da Morte - integração e desintegração -, sendo a terceira a força do Círculo Esotérico e Ciências Ocultas da Comunhão do Pensamento. Sim, filho, encontram logo após algumas jornadas com a visão do campo e da forma verde do aroma das matas. Sim, filho, a força verde é a que manipula a sua força vital, que se transforma na força do Jaguar, que vem com a primeira Iniciação Dharman Oxinto, e que quer dizer: Seja manso como a pomba e sagaz como a serpente!" (Tia Neiva )

Carta tia Neiva 24.11.81

· "Filho: para que a criatura cumpra, fielmente, os desígnios desta Doutrina, é indispensável que desenvolva os seus próprios princípios divinos. É preciso que se sacrifique em favor de grande número de espíritos que se desviaram de Jesus. É preciso, filho, que esteja no luminoso caminho da fé, da caridade e da virtude do Espírito da Verdade, e que se dedique, principalmente, àqueles que tombaram dos cumes sociais, pelo abuso do poder, da autoridade, da fortuna e da inteligência. (...) Eu sofro ao ver tanta incompreensão. Deixam milhares de sofredores esperando, as suas vítimas do passado, e não esperam nem mesmo a bênção de Deus para serem felizes. No primeiro impacto, deixam de acreditar até mesmo em sua individualidade, sem dar tempo para receber as pérolas dos Anjos e dos Santos Espíritos, que são a recompensa do trabalhador." (Tia Neiva - Reili e Dubale, 24.11.81)

Carta Tia Neiva 20.6.75

· "Há muitos anos venho tentando esclarecer o espírito da Verdade, porém sem qualquer pretensão ou interesse em divulgar o Espiritismo, o Espiritismo tão profanado por todas as religiões. O Espiritismo classificado de Allan Kardec é o único aceito, que ainda se respeita. Não podemos negar que somos baseados nele. Porém, eu, Neiva, ates de chegar até aqui, me comprometi nos planos espirituais impregnar na mente e no coração do Homem uma Doutrina, acompanhando o Espiritismo e o identificando como verdadeiro espiritista, sem se incomodar que seu vizinho trabalhe assim ou não. A mente do Homem vazio é ligeira e nada grava, não tendo ectoplasma para registrar suas lições, só entendendo a dor quando, egoisticamente, lhe dói ou é enganado. No entanto, o Homem que já se identificou, com convicção, como espiritista, tem base sólida, sua mente é científica e dificilmente sofre com a dor. Eu tenho por missão impregnar no Homem o amor, a tolerância e a humildade. O Homem precisa reconhecer que tudo é bom! Em cada pessoa encontramos uma lição e delas recebemos um carinho quando lhes damos. O Homem convicto de que tudo é bom deixa de ser criticado pelos outros, pois é evidente que os críticos são os exaltados. Eu sou uma espiritista, sou clarividente, em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo! Tenho o meu ritual de trabalho, que não posso dizer que acompanho Allan Kardec ou que seja umbandista, e nem tão pouco do Candomblé. Não sou porque amo a minha corrente, tenho a minha missão. Recebi, em 1957, a Corrente Mestra do Oriente Maior e vibro nela, sem pretensão de ferir ninguém ou fazer os outros passarem para mim. Se não sou Kardecista, Umbandista ou do Candomblé é apenas porque tenho minha missão. Porém, amo a todos! Sei que vai haver uma unificação entre nós, porém isto é muito delicado, pois não sabemos qual será escolhida por Deus para unificar as outras três. Mas, não me preocupo quanto a isto!" (Tia Neiva, 20.6.75)

Carta tia Neiva 13.10.83

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Meus filhos Jaguares,
Salve Deus!

O prisioneiro vive a expectativa dos seus obsessores. O seu comportamento deve ser um pouco diferente, mesmo dentro da sua conduta doutrinária.

Em qualquer anormalidade física deve fazer uma concentração e procurar um médium da mesma mediunidade, no outro aparelho que não esteja prisioneiro também. Fazer uma passagem sem nunca dar passagem ao sofredor, porque vem o perigo sério da obsessão. Se o prisioneiro tem qualquer toque de esquizofrenia, poderá ficar louco. Se eu reclamo das Indumentárias, é porque as Indumentárias vêm do Reino de “ZANA” é um dos Reinos mais civilizados que baixa na terra. E seu povo vêm nas consagrações e Ionisa todas as Indumentárias. Por exemplo “Exê”. “EXÊ” é a rosa e o “SUDÁRIO” da cabeça das ninfas prisioneiras. “SUNDÁRIO” chama-se o lencinho preso à rosa. O “EXÊ” fica pregado ao “SUDÁRIO”, no lado esquerdo da cabeça. Estando prisioneiro a proteção que recebe, não lhe dá condições de receber uma corrente negativa. Se ele for fiel à sua prisão, ele terá uma paz muito grande, isto é sem passar de oito dias, só em caso psíquico, é possível uma corrente magnética. O mesmo ocorre ao Jaguar Adjuração ou Ajanã, ninfas Luas ou Doutrinadoras, é uma Lei somente.

Na indumentária do Jaguar afirma-se às “ATACAS”, afirma a Guarda Pretoriana, os imortais de Amon-rá na figura dos “NÚBIOS” no Vale dos Reis e o respeitado Mundo Peloponeso. Toda faixa de obsessores que dizemos perigosos, atingirão essa época. Somente eu poderia fazer o que fiz, pois é muito sério, porém, está feito. Quando eu partir daqui, poderão continuar dentro deste critério. Seja julgado logo, deixe a “ATACAS”, onde foi feito o julgamento, não dê um passo com ela, não vista a “ATACA” sem conquistar primeiro à sua jornada, alugar uma que já vem de outras sintonias. Lembre-se que o obsessores só tem olfato. O mesmo se faz com os “EXÊS-SUDÅRIO”. Deixe ali e leve somente a rosa como uma recordação. Melhor mesmo é deixar tudo naquela bendita hora, “EXêS” e SUDÁRIO. Para eles, os obsessores, é como se estivessem vendo uma Rainha arrependida, atirando sua coroa para acompanhá-lo sabe Deus que devem pensar! Quanto aos Bônus, são pequenas células em Energia Vital que vão se desagregando de um para outro. Células Vitais, em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo. Células que fortalecem não somente o seu Sol Interior, como rejuvenesce às células de nossas heranças transcendentais, charmes, centelhas cósmica. Este livro deverá ficar em seu ALEDÁ, e aquela prisão que você assumiu com amor e tolerância, sirva-se dele em seus ais, em suas dores. Tem impregnação de efeito físico, que poderá curar.

Ponha uma toalha branca em uma mesa, acenda uma vela, ponha um copo de água, uma vela, seu talismã, sua cruz, um pequeno defumador e faça a prece de Simiromba, sentindo com amor a presença dos Mentores em Jesus. Processe à sua cura, a cura desobsessiva. A cura desobsessiva é a cura física. Cura por exemplo: uma grande perturbação, já que se tira o espírito perseguidor. Homens perseguidos por um espírito que maltrata a família perde seus negócios, homens que vivem em total miséria, que se entregam aos ridículos com vícios etc...

Salve Deus! se coloque neste pequeno ritual e faça sua cura. Se um Preto Velho quiser baixar poderá fazer seu ALEDÁ. Agradeça a Deus com amor. Com carinho, a mãe em Cristo Jesus.

Tia Neiva
Vale do Amanhecer, 13/10/83

Curiosidades

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

[1] A música de Caetano tem a seguinte letra: “Um índio descerá de uma estrela colorida brilhante/ de uma estrela que virá numa velocidade estonteante/ e pousará no coração do hemisfério sul na América num claro instante/ Depois de exterminada a última nação indígena/ e o espírito dos pássaros das fontes de água límpida/ mais avançado que a mais avançada das mais avançadas das tecnologias/ virá impávido que nem Muhammad Ali/ virá que eu vi/ apaixonadamente como Peri/ virá que eu vi/ tranqüilo e infalível como Bruce Lee/ virá que eu vi/o axé do afoxé dos filhos de Gandhi, virá./ Um índio preservado em pleno corpo físico/ em todo sólido todo gás e todo líquido/ em átomos palavras alma cor em gesto em cheiro em sombra em luz em som magnífico/ Num ponto eqüidistante entre o Atlântico e o Pacífico/ de um objeto sim resplandecente descerá o índio/ e as coisas que eu sei que ele dirá fará não sei dizer assim de um modo explícito/ E aquilo que nesse momento se revelará aos povos/ surpreenderá a todos não por ser exótico/ mas pelo fato de poder ter sempre estado oculto/ quando terá sido óbvio” (Franchetti, Pécora, 1981: 93).

[2] É importante salientar que, para os seguidores da doutrina, a passagem do milênio, embora diga respeito à época atual, não corresponde ao exato momento e data estipulados pelos calendários comuns. O tempo do Vale é um tempo sagrado, tem um ritmo próprio, distinto do profano. Desse modo, a chegada de Pai Seta Branca ainda está por acontecer.

Das encarnações de Pai Seta Branca: narrativas que compõem o mito.

Contam os adeptos que todos os seres humanos descendem dos habitantes de um planeta chamado Capela, cujos moradores seriam bastante desenvolvidos nos planos físico, científico e espiritual. A estes seres teria cabido a missão de colonizar a Terra. No entanto, como suas constituições físicas não lhes permitiam a adaptação ao novo planeta, tiveram que passar por uma espécie de mutação. Transformaram-se, assim, nos equitumans, seres semidivinos que, além de andróginos, mediam de três a quatro metros de altura (Cavalcante, 2000: 50).

De acordo com o adepto Álvares (1991b: 7), os equitumans chegaram a Terra em naves, estabelecendo-se na região andina, na América Latina. Viveram durante 2000 anos, até que desapareceram repentinamente, num cataclismo que atingiu o planeta. Tal acontecimento teria sido provocado pela aproximação de um corpo extraterreno, semelhante a uma nave espacial. Mortos em decorrência dos efeitos provocados por esse objeto do espaço, os equitumans teriam sido sepultados na área do atual lago Titicaca, situado entre o Peru e a Bolívia. Segundo Álvares, na linguagem do Vale do Amanhecer, essa nave ficou conhecida como Estrela Candente, e o fenômeno da formação do lago configurou-se como resultante de “uma lágrima da Estrela Candente”. O referido acontecimento teria ocorrido sob a direção de Pai Seta Branca, então comandante da nave (Álvares, 1991b: 8).

Após o desaparecimento do equitumans, Pai Seta Branca, na versão dos fiéis, teria organizado os últimos remanescentes desta civilização em grupos de sete para efetuarem uma nova “colonização” do planeta Terra. Recebendo uma outra denominação, passaram a ser chamados de orixás. Dos grupos integrados pelos orixás, no entanto, formar-se-iam inúmeros clãs de missionários conhecidos pelo nome de tumuchis (Cavalcante: 2000: 51).

De acordo com Álvares (1991b: 8), os tumuchis seriam hábeis artesãos e cientistas, avessos à guerra. Conheciam e manipulavam o potencial energético dos corpos planetários; moviam-se na superfície do planeta com naves próprias, guiados por mapas e maquetas do globo terrestre. Liderados por Pai Seta Branca, encarnado como um chefe tumuchi, teriam construído monumentos em vários pontos do planeta, podendo até hoje ser conhecidas as suas ruínas. Tal é o caso da cidade de Machu-Pichu, a famosa cidade sagrada dos incas, no Peru. Outros monumentos seriam as pirâmides do Egito e as cabeças gigantes da Ilha de Páscoa.

Passados cinco mil anos, na versão de Álvares (1991b: 9), teriam vindo os jaguares, cujo símbolo universal era a figura estilizada dos felinos. Em uma outra versão, sustentada pelos adeptos, conta-se que os jaguares teriam surgido entre os próprios tumuchis que habitavam a região andina. E que novamente liderados por Pai Seta Branca, chamavam-no de o “Grande Jaguar”, devido a sua força e sagacidade de guerreiro, além de sua eficiência em lidar com processos químicos e físicos (Cavalcante, 2000: 51).

De acordo com Álvares (1991b: 10), diversas civilizações continuaram a surgir e a desaparecer, sempre em ciclos de 2000 anos. Com o nascimento de Jesus, porém, e a conseqüente instauração do “Sistema Crístico”, Pai Seta Branca despiu-se de sua roupagem de guerreiro e encarnou novamente na Terra, desta vez como um santo da Igreja Católica. Divulgando única e exclusivamente o amor e o livre arbítrio entre os habitantes do planeta, teria vivido na Itália como São Francisco de Assis.

No século XVI, segundo Álvares (1991b: 10-11), Pai Seta Branca estaria encarnado no planeta Terra como um cacique mestiço de um povo também andino, da região fronteiriça entre Brasil e Bolívia. Nessa época, ele seria também conhecido como Cacique da Lança Branca, devido à alvura da ponta de sua lança, a qual passou a caracterizá-lo e o tornou uma personalidade lendária. Pai Seta Branca lutava, sobretudo, pela paz e salvação dos povos, e trazia no olhar a sabedoria dos seres iluminados pelo amor divino. Fato que, nessa época, o teria feito persuadir os espanhóis de desistirem do extermínio às últimas aldeias incas. E fato que, mais tarde, de acordo com os adeptos, fez com que ele escolhesse Tia Neiva como sua substituta, convencendo-a a criar o Vale do Amanhecer.

Simbologia da Doutrina do Amanhecer

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Simbolos usados na doutrina do Amanhecer

  • AS CORES DA FITA - O ROXO significa CURA.O AMARELO siginifica CONHECIMENTO, CIÊNCIA, SABEDORIA.

  • A CRUZ - É um PONTO CABALÍSTICO, um ponto de emissão de Forças Crísticas. É o símbolo do Espiritismo Cristão.

  • A ELIPSE - Além da função captadora de Energias, representa a evolução do cristianismo da fase do martírio para a fase científica. O martírio é o carma da humanidade e no terceiro milênio, a razão e atitude científica predominarão.

  • A ESTRELA DE SEIS PONTAS - São dois triângulos: As metas cármicas são o triângulo da descida, a reencarnação, a involução. As juras trancedentais são o triângulo da subida, é a volta para Deus, evolução do Espírito.

  • AS FIGURAS DO SOL E DA LUA NA PIRA - O Templo recebe as energias do Sol e da Lua, da manipulação dessas energias mais a energia que é fornecida pelos médiuns, resulta a CURA desobsssessiva e o reequilíbrio das pessoas que nos procuram.

  • AS TAÇAS NA PIRA - Significa o sangue que fornece o ectoplasma.

  • AS SETAS DA PIRA - Uma seta subindo e outra seta descendo, simbolizam a macrocirculação.

  • A PRESENÇA DIVINA - Representa os sete (7) planos do homem, ou seja, o espírito encarnado na terra com seus sete raios de força.

  • O TRIÂNGULO - Símbolo dos Aparás - tem na base o AMOR e nas laterais a TOLERÂNCIA e a HUMILDADE, tendo por centro o EVANGELHO.

  • O SINAL DE DIVISÃO - Usado no escudo do Doutrinador - o Doutrinador é o medianeiro, o intermediário entre os planos, o céu e a Terra.

  • O SINAL DE MULTIPLICAÇÃO - Usado no escudo do Apará - o Apará é a voz direta do céu, significa as múltiplas Entidades que se manifestam através de um só médium ( Preto Velho; caboclo; médico; sereias; ciganos; etc... ).

  • AS FALANGES que recebemos na 1a. classificação, logo após a Iniciação e a Elevação são as seguintes : SUBLIMAÇÃO - SB; CONSAGRAÇÃO - CN; SACRAMENTO - SC; CRUZADA - CD; SOLAR - SL; ESTRELA CANDENTE - EC; ANUNCIAÇÃO - AN; UNIFICAÇÃO - UN; REDENÇÃO - RD; RESSURREIÇÃO - RS; ASCENÇÃO - AS.

  • AS ESTRELAS - Simbolizam MAYANTI - as nossas CASAS TRANSITÓRIAS.

  • AS INDUMENTÁRIAS - Elas marcam uma data, representam uma pátria, uma vida por onde passamos. As indumentárias vêm do reino de Zana, é um dos reinos mais evoluídos que baixa na Terra e seu Povo vem nas consagrações e Ioniza todas as Indumentárias. Somente os médiuns Iniciados podem fazer uso da Indumentária, com exceção do PEQUENO PAJÉ, que a partir dos sete anos de idade podem ser: MAGOS, PRÍNCIPES MAYAS, GREGAS, MAYAS, NITYAMAS.

  • O UNIFORME BRANCO - É o Uniforme Oficial da Corrente do Amanhecer, usado pelos médiuns em desenvolvimento até serem Iniciados e depois de Elevados os médiuns usam o Uniforme Oficial para o dia de RETIRO e na SESSÃO BRANCA. Esse uniforme foi trazido ( desenhado ) por MÃE YARA.

  • O UNIFORME DE JAGUAR - A cor PRETA, na camisa significa as Forças Ocultas Astrais, as Trevas que envolveram a Terra no momento da crucificação de Jesus Cristo. O MARRON é a cor do hábito do Frade FRANCISCO DE ASSIS. Só o Médium Elevado pode, isto é, tem a permissão de usar o uniforme de Jaguar.


As codificações de Pai Seta Branca

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Diante de tais narrativas fica explícito que as referências aos povos pré-colombianos não são fiéis ao que costumam dizer os historiadores, arqueólogos e antropólogos. Tal é o caso da criação das pirâmides egípcia, dos monumentos da Ilha de Páscoa e da cidade de Machu-Pichu. De fato, entre os adeptos do Vale do Amanhecer, os incas, maias e astecas não são exatamente aqueles conhecidos pelos pesquisadores. No que diz respeito a sua relação com Pai Seta Branca, essas menções misturam-se a outros elementos, como a nave extraterrena Estrela Candente e apresentam-se, por fim, modificadas, diferentes do que eram anteriormente.

A esse mecanismo, que opera pela recodificação de uma tradição anterior em algo inesperado e novo, pode-se chamar, segundo a semiótica russa, de modelização. Tipo de tradução ou processamento de códigos que se define enquanto passagem, travessia, movimento, portanto; e que se apresenta com freqüência no caso do objeto estudado. Nesse sentido, se existe entre os adeptos a crença em um Pai Seta Branca pré-colombiano, é fato que referências a esses povos estarão presentes, no objeto mencionado, de uma forma diferenciada, re-significada, portanto.

A codificação verbal, seja ela oral ou escrita, juntamente com a visual é, sem dúvida, a codificação de maior força de um Pai Seta Branca pré-colombiano. Ao que parece, os demais códigos, tanto os cinéticos como os sonoros, mesmo estando em permanente diálogo com os primeiros, e sendo de importância fundamental nessa formação, atuam basicamente como secundários. Contudo, para efeito de exposição neste trabalho, em um primeiro momento, deter-se-á sobre o código verbal, para em seguida se analisar o visual e as relações destes com os demais citados.

Embora pudesse ouvir e ver espíritos, teria sido a partir da fala - mítica, porque fundante - que Tia Neiva recebeu de Pai Seta Branca as informações de sua missão na Terra, e foi instruída pelas entidades na construção do Vale do Amanhecer. Pela palavra foram por ela reveladas, a toda comunidade, uma cosmogonia e uma cosmologia próprias à doutrina, e organizados os rituais, bem como a concepção física do local. Dizeres que eram passados aos adeptos por meio de palestras, conversas informais e cartas. Foi também pela palavra, em seus supostos encontros com a clarividente, que Pai Seta Branca teria contado, entre outras histórias, a sua própria. História que fala de incas, mais e astecas, e que assume, pelo mecanismo da recodificação, uma feição e características singulares, marcadas pelo inesperado e pelo status de pura criação.

O fato de os equitumans terem se estabelecido na região dos Andes e serem sepultados na área do atual lago Titicaca, dando origem inclusive à formação do referido lago, como resultante de “uma lágrima da Estrela Candente”, mostra bem esse aspecto de recodificação. O lago Titicaca é, de fato, uma referência importante para alguns povos andinos, seja por seu aspecto sócio-econômico - relativo à moradia e à atividade da pesca -, seja em seu aspecto mítico. Segundo Zuidema (1991: 25), há uma narrativa que conta como Manko Kapác, fundador da dinastia dos reis incas, chegou a Cusco, capital do império inca. Nessa versão, ao invés de ele ter supostamente surgido, juntamente com seus três irmãos, de uma gruta, como relata Favre (1988: 14), o herói civilizador e ancestral mítico do povo mencionado, apareceu pela primeira vez no mundo como nascido do lago Titicaca.

Outra referência de destaque presente no Vale do Amanhecer é à cidade de Machu-Picchu, o famoso santuário Inca. Nas narrativas míticas dos seguidores de Tia Neiva, as ruínas dessa cidade nada mais seriam que provas da existência da civilização tumuchi que, assim como a dos incas, segundo Favre (1988: 75-84), eram constituías por hábeis artesãos, grandes cientistas (astronomia e matemática) e arquitetos.

E se, segundo Favre (1988: 9), os pré-incaicos chavín (1800-400 a.C.) cultuavam o jaguar, no Vale do Amanhecer a figura desse felino não é menos importante. Para os seguidores de Tia Neiva, Pai Seta Branca encarnou na Terra como o “Grande Jaguar”, líder extremamente respeitado por sua coragem, astúcia e conhecimentos científicos. No Vale, o nome jaguar se estende, ainda, a todos os adeptos do sexo masculino, como uma forma de rememorar as façanhas do notável guerreiro e de reconhecê-los, também, como valentes e integrantes, em uma outra vida, do grupo comandado por Pai Seta Branca.

Há um aspecto interessante entre as narrativas míticas dos astecas, que é o da associação entre o jaguar, o sol e o seu oposto, a noite. De acordo com Soustelle (1987: 74), os astecas acreditavam que o mundo fora precedido por quatro outros universos, os “Quatro Sóis”, dentre os quais o primeiro chamava-se “Quarto-jaguar”. Este sol teria desaparecido em um gigantesco massacre, no qual os homens haviam sido devorados por jaguares. Segundo ele, entre o referido povo, o jaguar correspondia a Tezcatlipoca, deus das trevas e do céu noturno pontilhado de estrelas, tal qual a pelagem do felino. Vale dizer ainda que os astecas eram, por excelência, o “povo do sol”. E que, conforme Soustelle (1987: 14), em suas origens, já adoravam o deus solar e tribal Uitzilopochtli.

O Sol era também adorado pelos incas (1200-1572 d.C.), com o nome de Inti. Viracocha, seu oposto complementar, foi também uma divindade importante para o panteão incaico. Estava associado à terra e à água e foi, para os habitantes de Tiahuanaco, segundo Busto (1998: 1), o criador dos homens. De acordo com Ferreira (1995: 54), Viracocha era o deus criador e civilizador do universo. Após terminada sua obra, partiu pelo mar em direção ao Oeste; estando, assim, associado à costa. Já o Sol, deus principal e fonte da vida, teve seu culto difundido e imposto a todas as comunidades conquistadas nos Andes centrais. De acordo com Wachtel (apud Busto, 1998: 1-2), o Sol e Viracocha são deuses complementares por traduzirem as categorias do pensamento inca, além de entrarem em um sistema de correlações e oposições. Ao Sol referem-se o céu, o fogo a serra e o alto; a Viracocha, a terra, a água, a costa, e o baixo. Partes de uma visão global do mundo, formada a partir de uma mesma cosmogonia que comporta indivíduos bem como as dimensões de espaço e tempo.

Tal correspondência entre o Sol e Viracocha parece explícita na representação geralmente atribuída ao segundo, nas ruínas de Tiahuanaco, na área boliviana, próxima ao lago Titicaca. De cabeça retangular, contornada por uma auréola formada por raios e um rosto que parece humano, o deus ocupa o centro da famosa Porta do Sol, importante monumento do mundo andino. Está em posição frontal e segura um par de báculos, com forma de condores de pescoços compridos, mostrando-se adorado por quarenta e oito pequenas criaturas. Nesse caso, o Sol e Viracocha estão unidos não apenas em termos de narrativa, mas também de iconografia, pelos raios que circundam a cabeça do último.

Essa figura guarda uma forte semelhança com imagem do jaguar do Vale do Amanhecer, presente nas insígnias e roupas dos fiéis, bem como nas paredes dos templos. A figura do jaguar do Vale também é apresentada em perspectiva frontal; no entanto, não tem um corpo. Resume-se a uma cabeça, semelhante à do deus Viracocha. Essa cabeça é igualmente circundada por feixes de luz que lembram raios solares, embora sejam coloridos, como os do arco-íris. Tal referência é legitimada inclusive pelo adepto Vladimir Carvalho (06/1995) ao fazer alusão ao jaguar do Vale: “é um jaguar estilizado (...) se você for no altiplano boliviano, na Porta do Sol, você vai encontrar essa cabeça (...)”.

Detalhe da Porta do Sol/ Viracocha Insígnia com cabeça de jaguar

A associação Viracocha - jaguar é uma criação dos adeptos do Vale do Amanhecer. Idéia que tem como base um relativo conhecimento da iconografia não apenas andina, mas pré-colombiana de um modo geral. De fato, a imagem do jaguar é constantemente representada na arquitetura e nas artes dos povos mencionados. E se Cusco, em seus primórdios, tinha a forma de um puma (felino da família do jaguar) - da qual a fortaleza de Sacsahuan seria a cabeça, enquanto que a confluência dos dois rios que atravessam a cidade formaria a cauda -, como afirma Favre (1988: 67-69), no Museo de La Nacion e no Museo del Oro, ambos em Lima, pode-se encontrar algumas representações, sobretudo de divindades pré-incaicas, com formas híbridas. Na maioria dos casos, verifica-se uma mistura de traços humanos com os de um jaguar, podendo-se verificar, também, a presença de animais alados.

A imagem do Sol, juntamente com a Lua, também é uma constante nas figurações do Vale do Amanhecer. Estão inclusive sobre o templo principal da comunidade, o qual tem sua fachada feita de pedras, lembrando as ruínas de algumas de suas supostas encarnações, como a dos pré-colombianos. Considerados como divindades entre grande parte dos povos mencionados, no Vale, o Sol e a Lua são elevados à categoria de “astros guia” da doutrina. As cores que os representam são sempre o amarelo ou o dourado e o azul ou o prateado, respectivamente. Enquanto a lua é associada ao princípio feminino, entre os adeptos, o sol é visto enquanto centro de energia vital do universo. Simboliza o Oráculo de Ariano - foco irradiador de energia -, também conhecido como Oráculo de Simiromba ou Oráculo de Pai Seta Branca.

Na iconografia do Vale do Amanhecer, Pai Seta Branca, ou Cacique da Lança Branca - se lembrado em sua em sua última encarnação -, é sempre um índio de aparência bonita, jovem e altiva. Veste-se com uma túnica azul, um longo cocar e usa sandálias de couro. Tem olhos puxados, pele morena, e segura com as duas mãos uma flecha/lança de seta (ponta) branca, como indicado em seu próprio nome - relação que evidencia um nítido diálogo entre os códigos verbais e visuais.

Pai Seta Branca/ pintura de Vilela

O texto Pai Seta Branca pré-colombiano pode ser percebido, ainda, em sua codificação cinética. Segundo os adeptos, a referida entidade incorpora em alguns rituais do Vale do Amanhecer, como é o caso da Bênção de Pai Seta Branca, realizado no primeiro domingo de cada mês e o Oráculo, executado nos dias de quarta, sábado e domingo (dias de trabalho oficial). Há também uma bênção anual, concedida pela entidade no dia 31 de dezembro, por ocasião da passagem do ano.

Falando em um espanhol bastante rudimentar, o espírito, supostamente incorporado no corpo de um fiel, apresenta, invariavelmente, um semblante, um gestual e um tom de voz tranqüilos. Manifestação que só se dá após o cumprimento de preceitos rigorosos por parte dos adeptos. Os rituais do Vale são extremamente complexos: exigem a presença de um grande número de fiéis, devidamente paramentados e conhecedores de uma organização minuciosa, em que palavras, canto, gestos e movimentos são rigidamente pré-estabelecidos. Rituais, aliás, que se encontram descritos em ricos detalhes em um dos livros editados pela comunidade e que mostram, em sua constituição, a íntima relação entre os códigos verbais, visuais, sonoros e cinéticos.

Fazendo uma nova ligação entre o verbal e o cinético, e estabelecendo a relação destes com o código sonoro, há um canto da comunidade que, segundo Álvares (1991a: 30), atua como um chamado à referida entidade. Pai Seta Branca ao ouvir tal canto, teria facilitado seu deslocamento dos planos espirituais para o plano físico. “Divino Seta Branca/ Tu és a lei de Deus/ Imaculado sejas tu/ Juntinho aos pés de Jesus/ Seta Branca querido por nós/ Tu és o Amor e és a luz/ Que iluminas os tiranos corações/ Erguendo seus filhos a Jesus”.

Mas não é apenas o canto criado pela comunidade que, segundo os adeptos, refere-se a Pai Seta Branca. Há, para seus devotos, uma outra forma de musicar a entidade. Uma nova modelização, entre as tantas já apresentadas, que se verifica a partir da tradução de uma tradição estranha à entidade indígena, em algo inesperado e de fácil leitura. Os adeptos do Vale apropriaram-se de uma música de Caetano Veloso, e dela fizeram uma referência direta à entidade em questão.

Sobre esse assunto, Martins (2001: 2) afirma que Ana, uma mulher criada pela clarividente, fala do tempo em que o artista baiano foi recebido por Tia Neiva no Vale do Amanhecer. Depois de conversar longo tempo com a clarividente, Caetano Veloso teria ido visitar o templo de pedra, ou templo principal. A emoção de ver imagem de Pai Seta Branca, ali, diante de seus olhos e em grandes proporções, teria sido tão grande que ele compôs, em homenagem à entidade, a música “Um índio” [1] .

De fato, como diz a autora,

a canção de Caetano põe em evidência o personagem central mais sagrado da doutrina do amanhecer, o cacique inca Pai Seta Branca, cuja imagem está sentada no centro do templo de pedra, impávido, tranqüilo e infalível, preservado em pleno corpo físico, a esperar a entrada da nova era (Martins, 2001: 2).

Desse modo, se na canção de Caetano, um índio descerá de uma estrela colorida brilhante e pousará no coração do hemisfério sul na América, de acordo com Martins,

para os seguidores da doutrina do amanhecer, o índio é o Pai Seta Branca, cacique inca, mentor espiritual da Tia Neiva. A estrela colorida e brilhante é a Estrela Manhante, lugar onde vivem os espíritos mais evoluídos que descem ao Vale do Amanhecer para trabalhar incorporando nos médiuns, com a finalidade de promoverem a cura do espírito [ou seria a Estrela Candente?]. O coração do hemisfério sul da América, o ponto eqüidistante entre o Atlântico e o Pacífico, o centro do mundo, lugar predestinado para se encontrarem os que se preparam para a entrada do terceiro milênio é o próprio Vale do Amanhecer (Martins, 2001: 2).

E mais: se, na música de Caetano, no momento em que o índio descer, o que se revelará aos povos, surpreenderá a todos não por ser exótico, mas pelo fato de poder ter sempre estado oculto quando terá sido o óbvio significa, segundo Martins (2001: 2), referindo-se aos adeptos, que Pai Seta Branca descerá para encerrar o milênio. E que levará, consigo, os seguidores da doutrina do amanhecer para o Astral Superior - lá estaria situado o planeta Capela -, onde não mais terão a necessidade de encarnar e onde não mais perecerão de dor e sofrimento. Assim, com a chegada de Pai Seta Branca a Terra, na visão dos fiéis, será aplicada a lei da evolução dos espíritos e, como profetizaria a música de Caetano, tudo o que antes parecia pertencer ao ocultismo, mostrar-se-á como o óbvio